segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O fermento

                 


        Acordei cedo naquele dia e sai da cama sem fazer barulho, pra não acordar ele. Não estava afim de mais uma discussão sem fim, sem motivos e com muitos ataques do passado. Fui direto para a cozinha, uma vez que evitar brigas me deixava com fome. Queria um doce, algo pra me compensar a falta da felicidade, dos dias  sem paixão.

         Decidi fazer um bolo, não um bolo qualquer, um de chocolate - o meu preferido - peguei a batedeira e fui aos poucos buscando os demais ingredientes, farinha de trigo, açúcar, achocolatado, leite, ovos, margarina e aos poucos tudo se transformou em uma mistura de ingredientes, no caso, os da minha felicidade. Entretanto me dei conta que estava a faltar algo, algo simples, mas que mudaria tudo; o fermento. Entrei em choque.

         Fiquei alguns minutos ali, observando a falta, a falta do ingrediente chave, imersa naquele sentimento de choque. Passado alguns outros minutos despertei do vazio que aquele pequeno congelamento me fez sentir e como que em uma reação previsível joguei o bolo na pia, corri em desespero alegre as escadas e com toda pressa de ser feliz, de preencher o que me faltava, arrumei minhas malas e fui em busca do fermento.

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